Popcafé #1: A revolução em um quarto de hotel, true crime e britânicos prodigiosos no Spotify
A primeira edição da Popcafé chegou em sua caixa de entrada ; )
Hey, você
Obrigado por me deixar estar em sua inbox. De cara, preciso admitir: isso aqui é muito mais sobre minha necessidade em escrever e compartilhar meu vício preferido.
Então, toda sexta pela manhã, um pouco do que eu mais curti nos últimos dias ou aquilo que relembrei por algum motivo específico. Tudo preparado com carinho.
O especial da semana é o filme mais recente do Prime Video. A série, ideal para fãs de crimes reais. Já na playlist da casa, uma descoberta valiosa. E a dica literária é um clássico que terminei a leitura recentemente. No fim, links aleatórios que talvez você goste mais que as indicações principais.
Vale lembrar que a newsletter é feita no Substack, que permite acessar e compartilhar esse mesmo conteúdo em formato de post. Passando as diquinhas pra frente você ainda ajuda a Popcafé chegar em mais pessoas. E eu agradeço demais.
E vamos lá.
Especial da semana
Uma Noite em Miami… é a estreia de Regina King (Watchmen e Se a Rua Beale Falasse) na direção. Com uma prateleira repleta de estatuetas do Emmy e um Oscar de atriz coadjuvante, King faz seu debut seguindo o novo tom de tantas excelentes produções de Hollywood nos últimos tempos, incluindo os próprios trabalhos em que atuou e foi premiada: filmes e séries sobre a luta dos negros nos Estados Unidos, dirigidos e produzidos por negros. Essa identidade e aspiração são amplamente exploradas no roteiro que conta a história de um encontro em Miami de quatro grandes nomes da cultura afro-americana: o ativista Malcom X, o boxeador Muhammed Ali, o cantor Sam Cooke e o jogador de futebol americano Jim Brown. Baseado em um espetáculo de teatro homônimo escrito por Kemp Powers (também conhecido como o co-diretor de Soul e responsável por toda a identidade de cultura negra à animação da Pixar), a obra gira em torno da visibilidade e da influência dos quatro personagens em meio a um país ainda bastante segregado. Nesse exercício narrativo ficcional com figuras reais, praticamente um terço do roteiro acontece em um único quarto e Regina King constrói uma obra essencial para discutir os desafios, os limites e a busca por liberdade no mundo de 1964 e 2021.
Onde ver: Prime Video
Preste atenção: na interpretação de Leslie Odom Jr. (o Aaron Burr de Hamilton).
IMDB: 7,3 | Rotten: 98% | Letterboxd: 3,8
Popcafé: 4 de 5 espressos puros.
Eu Terei Sumido na Escuridão tem um sabor especial para fãs de casos de crimes reais. Isso porque a minissérie da HBO fala não só da investigação de um serial killer americano (o Golden State Killer), mas também da jornada de uma jornalista aficionada em true crime, como eles chamam o gênero. E se você acha exageradas as narrativas de ficção em que o jornalista torna-se obcecado por um caso a ponto de ultrapassar a própria polícia em sua investigação, precisa conhecer Michelle McNamara. Se possível, assista sem saber nada mais da sua história. Em seis episódios, a cineasta Liz Garbus (What Happened, Miss Simone?) nos prende a uma trama que tem o melhor de um thriller de suspense (fãs de Zodíaco, de David Fincher, estou falando com vocês).
Onde ver: HBO Go
Preste atenção: no modo como a série usa vasto material pessoal da jornalista para construir sua narrativa
IMDB: 7,1 | Rotten: 96% | Letterboxd: 3.9
Popcafé: 4 de 5 capuccinos grandes pra aguentar a madrugada investigando
Pingado e pão na chapa
Um dos meus filmes preferidos de 2020, O Homem Invisível, me fez aproveitar a promoção de pré-lançamento do box A Ficção Científica de H G Wells, com três livros de H. G. Wells, lançado pela editora Pandorga, com arte de Butcher Billy. Claro que o primeiro a ser lido foi o livro que deu origem a toda narrativa ao redor do personagem que tem uma dezena de adaptações na história do cinema. A obra é de 1897, mas a força do assunto é atemporal, como mostrou muito bem o diretor Leigh Whannell. O livro tem diversas edições baratinhas em e-book e o filme mais recente dá pra ver no Telecine Play.
Onde ler: Amazon
Onde ver: Telecine Play
Playlist da casa
Eu costumo dizer que de 2018 pra cá, mesmo quem trabalha com mídias sociais como eu não consegue identificar a quantidade de “jovens com milhões de seguidores por aí”. O britânico Declan McKenna é um desses que talvez soe assim para você. Acontece que ele tem uma canção chamada “Brazil” que só no Spotify tem 143 milhões de plays. Não é pouca coisa, mas eu compartilho o “vacilo” de desconhecer o jovem. A dica, porém, é o competente álbum Zeros, sua produção mais recente (2020), que atingiu o 1º lugar na parada inglesa ao mesmo tempo que os Rolling Stones. É som britânico, com narrativa costurando as letras. Produzido em Nashville por Jay Joyce, é feito para quem curte Artic Monkeys, Guillemots e alguns (vários) momentos bem Beatles (Be An Astronaut) e Queen. Vale o play.
Onde ouvir: Spotify
Popcafé: 4 de 5 cafés da manhã ingleses
Top 5 Aleatório da Semana
1. Ingmar Bergman fala sobre a violência em Taxi Driver
2. É possível perder o ouvido absoluto (pitch perfect)?
3. Como é uma aula no MBA mais famoso do mundo?
4. Every Little Thing - um podcast sobre curiosidades banais
5. Canal da NBA Brasil no YouTube agora transmite vários jogos ao vivo com narração em português
Por hoje é isso, hein? Espero que seja o suficiente para um fim de semana mais leve.
Obrigado ; )
Abraços,
Ricardo Oliveira